A gestão de estoque é uma das áreas mais estratégicas para empresas que lidam com mercadorias, seja no varejo, indústria, distribuição ou e-commerce.
Dessa maneira, entre os métodos mais conhecidos para organizar a movimentação dos produtos estão o FIFO, FEFO e LIFO, que definem a ordem de entrada e saída dos itens no estoque.
Mas afinal, qual é a diferença entre eles? E como saber qual aplicar em cada situação?
Por isso, neste artigo, você vai entender:
O que são FIFO, FEFO e LIFO.
Como funcionam na prática.
Vantagens e desvantagens de cada método.
Comparativo entre os três modelos.
Quando aplicar cada um.
Como a tecnologia pode ajudar a automatizar esse processo.
O que são FIFO, FEFO e LIFO?
FIFO, FEFO e LIFO são métodos de gestão de estoque que organizam a ordem de saída dos produtos armazenados. Cada um segue uma lógica diferente para definir qual item deve ser vendido ou utilizado primeiro.
FIFO (First In, First Out ou PEPS – Primeiro que entra, primeiro que sai): prioriza a saída dos itens mais antigos.
LIFO (Last In, First Out ou UEPS – Último que entra, primeiro que sai): prioriza a saída dos itens mais recentes.
FEFO (First Expired, First Out – Primeiro que vence, primeiro que sai): prioriza a saída dos produtos com data de validade mais próxima.
Deste modo, cada método é mais indicado para um tipo específico de operação, dependendo das características dos produtos e da estratégia de vendas.
FIFO (PEPS) – Primeiro a entrar, primeiro a sair
O métodoFIFO (First In, First Out ou PEPS) organiza o estoque priorizando a saída dos produtos mais antigos. Assim, o que entrou primeiro é vendido ou utilizado antes do que chegou depois.
Exemplos de aplicação do FIFO
O método FIFO é aplicado em diferentes setores para reduzir perdas, evitar desperdícios e melhorar a eficiência do estoque. Veja os principais exemplos:
Supermercados e distribuidoras de alimentos: produtos mais antigos são expostos primeiro, garantindo frescor e menor desperdício.
Farmácias e hospitais: medicamentos e insumos com validade próxima são usados antes, aumentando a segurança e reduzindo perdas.
Indústrias: insumos como químicos, adesivos e componentes eletrônicos seguem o FIFO para manter a qualidade e evitar degradação.
Setor automotivo: peças de reposição, baterias e eletrônicos são controlados pelo FIFO para prevenir obsolescência.
E-commerce: lojas virtuais aplicam o método em suplementos, cosméticos e outros itens perecíveis, garantindo entregas dentro do prazo de validade.
Centros de distribuição: o FIFO organiza a movimentação de mercadorias, evita produtos esquecidos e otimiza a logística.
Vantagens do FIFO
O método FIFO traz diversos benefícios para empresas que buscam eficiência e redução de perdas. Confira as principais vantagens:
Redução de perdas: diminui o risco de vencimento ou deterioração, fator essencial em alimentos e medicamentos.
Organização do estoque: cria um fluxo claro de entrada e saída, facilitando a movimentação das mercadorias.
Eficiência operacional: agiliza processos de separação, embalagem e envio, tornando a logística mais produtiva.
Qualidade garantida: assegura que os clientes recebam produtos frescos e em boas condições, aumentando a confiança.
Controle de custos: reduz desperdícios, diminui gastos com armazenagem e melhora a rentabilidade do negócio.
Simplificação contábil: facilita o cálculo do custo dos produtos vendidos, pois segue o fluxo natural do estoque.
Desvantagens do FIFO
Embora seja eficiente, o método FIFO apresenta algumas limitações que precisam ser avaliadas. Entre as principais desvantagens estão:
Exige controle rigoroso: sem um sistema adequado, a rotação correta dos lotes pode ser difícil de manter.
Custos de armazenagem maiores: os itens mais antigos precisam estar acessíveis, o que pode gerar despesas extras em logística.
Lucros inflados em inflação: como utiliza custos antigos, o FIFO pode aumentar artificialmente os lucros e, consequentemente, os impostos.
Perda de benefícios fiscais: ao contrário do LIFO, o FIFO não oferece vantagens tributárias em períodos de alta de preços.
Distorção no lucro contábil: ao basear-se em custos passados, pode não refletir os valores atuais de mercado de forma precisa.
Esse modelo é menos comum no Brasil, mas ainda, sim, pode ser encontrado em setores específicos. Ele costuma ser usado em materiais não perecíveis, como metais, madeira e outros insumos industriais.
Além disso, o LIFO pode ser vantajoso em períodos de inflação. Isso porque reflete melhor os custos mais recentes de aquisição, aproximando o preço de venda ao valor atual de mercado.
Exemplos de aplicação do LIFO
O método LIFO é indicado para setores onde os produtos não sofrem com prazo de validade, mas podem ter variação de preço ou risco de obsolescência. Veja alguns exemplos:
Indústria de eletrônicos: lojas priorizam a venda de modelos mais recentes para evitar que itens antigos percam valor no mercado.
Moda e vestuário: coleções novas saem primeiro, acompanhando tendências e mantendo a atratividade das peças.
Materiais de construção: itens como cimento ou madeira podem seguir o LIFO, já que não perdem utilidade com o tempo.
Peças de reposição: filtros, baterias e componentes automotivos recentes são vendidos antes para alinhar o estoque ao preço de mercado.
Vantagens do LIFO
O método LIFO oferece benefícios logísticos, financeiros e gerenciais para empresas que lidam com produtos não perecíveis. Entre as principais vantagens estão:
Otimização do espaço: permite empilhar produtos conforme chegam, aproveitando melhor a área do armazém.
Rapidez na operação: como a carga e descarga ocorrem no mesmo corredor, o processo torna-se mais ágil e econômico.
Gestão simplificada: facilita o controle de itens sem data de validade, já que não exige acompanhamento de prazos.
Alinhamento com o mercado: utiliza os custos mais recentes, o que melhora a precificação e reflete o valor atual dos produtos.
Proteção contra inflação: em períodos de alta de preços, ajuda a manter os lucros ajustados ao custo de reposição.
Benefícios fiscais: em alguns casos, reduz a base de cálculo do imposto, já que considera os custos mais altos no CPV.
Desvantagens do LIFO
Apesar das vantagens, o método LIFO apresenta limitações importantes que devem ser consideradas na gestão de estoque. Entre elas estão:
Incompatibilidade com normas contábeis: o LIFO não é aceito pelo IFRS, o que limita seu uso em empresas que seguem padrões internacionais.
Complexidade no controle: exige registros mais detalhados para evitar que os produtos antigos fiquem esquecidos no estoque.
Subavaliação do inventário: em cenários de inflação, o método pode reduzir artificialmente o valor do estoque no balanço.
Lucros menores: ao considerar os custos mais recentes, o LIFO tende a diminuir o lucro contábil, o que afeta indicadores financeiros.
Risco de obsolescência: os itens mais antigos podem perder valor ou se tornar obsoletos, já que permanecem armazenados por mais tempo.
Gestão menos intuitiva: na prática, o método não reflete o fluxo físico da maioria das operações, dificultando sua aplicação.
FEFO – First Expired, First Out (Primeiro a vencer, primeiro a sair)
O método FEFO (First Expired, First Out) organiza o estoque priorizando a saída dos produtos com a data de validade mais próxima. Dessa forma, os itens prestes a vencer são usados ou vendidos antes dos demais.
Exemplos de aplicação do FEFO
Esse modelo é essencial em setores que lidam com itens perecíveis, pois garante qualidade, reduz perdas financeiras e aumenta a segurança para o consumidor.
Farmácias: controlam lotes de medicamentos para que os com vencimento mais próximo saiam antes.
Supermercados: aplicam o método em laticínios, carnes e outros perecíveis, garantindo frescor e menor desperdício.
Lojas de suplementos: priorizam a venda de produtos com validade mais curta, assegurando qualidade ao cliente.
E-commerce: utilizam sistemas de gestão que identificam automaticamente itens próximos do vencimento e organizam as expedições.
Empresas de congelados: operam armazéns automatizados que liberam primeiro os lotes mais próximos da data de validade.
Vantagens do FEFO
Se você gerencia um negócio que trabalha com produtos perecíveis, a aplicação do FEFO na gestão de estoque vai trazer diversas vantagens para a empresa:
Diminuição de perdas por expiração do prazo de validade;
Redução do tempo de procura no estoque por mercadorias em bom estado;
Otimização do espaço disponível para armazenamento;
Rápida identificação de itens obsoletos;
Menor risco de entregar produtos vencidos para o cliente. Isso traz, indiretamente, impactos positivos para a imagem da marca e para o seu relacionamento com os consumidores.
Desvantagens do FEFO
Embora seja eficiente, o método FEFO apresenta algumas limitações que devem ser consideradas pelas empresas. Entre as principais desvantagens estão:
Maior complexidade: exige processos bem estruturados para garantir a rotação correta dos produtos.
Necessidade de tecnologia: sem sistemas de rastreamento e gestão, a implementação torna-se difícil.
Monitoramento constante: demanda acompanhamento contínuo das datas de validade, o que aumenta a carga operacional.
Custos mais elevados: requer investimentos em sistemas de controle e equipe treinada.
Risco de ineficiência: sem gestão ativa, pode ocorrer acúmulo de itens antigos e falhas na movimentação do estoque.
Comparativo entre FIFO, FEFO e LIFO
Método
Funcionamento
Mais indicado para
Vantagens
Desvantagens
FIFO (PEPS)
Primeiro que entra é o primeiro a sair
Alimentos, cosméticos, farmácias
Reduz perdas por vencimento, fácil entendimento
Pode gerar custos de armazenagem
LIFO (UEPS)
Último que entra é o primeiro a sair
Produtos não perecíveis, matérias-primas
Protege contra variações de preços, benefícios fiscais (em alguns casos)
Produtos antigos ficam parados, não aceito em IFRS
FEFO
Primeiro a vencer é o primeiro a sair
Alimentos perecíveis, medicamentos, cosméticos
Garante qualidade e segurança, reduz perdas
Necessita tecnologia para rastreabilidade
Quando aplicar cada método na sua empresa?
A escolha do método depende de fatores como:
Tipo de produto: perecível ou não.
Tempo de validade: curto, médio ou longo.
Estratégia de precificação: acompanhar mercado ou reduzir perdas.
Complexidade logística: rotatividade, armazenagem e transporte.
Exemplos práticos:
Um supermercado deve priorizar FIFO ou FEFO para evitar perdas.
Uma construtora pode usar LIFO em materiais de construção.
Uma farmácia precisa obrigatoriamente do FEFO.
Tecnologias e sistemas que facilitam a aplicação de FIFO, FEFO e LIFO
Controlar manualmente os métodos de estoque pode ser inviável em empresas com grande volume de mercadorias. Por isso, a tecnologia é essencial para automatizar processos e garantir eficiência.
Como também, recursos como códigos de barras e RFID aumentam a precisão das operações.
ERP (Enterprise Resource Planning)
O ERP centraliza informações de compras, vendas e estoque. Dessa forma, conecta setores da empresa e garante uma visão integrada da gestão.
Com um ERP especializado, a empresa consegue:
Monitorar validade e lotes de produtos.
Automatizar relatórios de entrada e saída.
Reduzir erros humanos na armazenagem.
Integrar setores como compras, vendas e logística em tempo real.
Garantir rastreabilidade completa do estoque.
WMS (Warehouse Management System)
O WMS é voltado para a gestão de armazéns e aumenta o controle sobre cada movimentação do estoque. Assim, facilita a aplicação dos métodos FIFO, FEFO e LIFO.
Organizar a expedição com base no método escolhido.
Otimizar o espaço físico do armazém.
Aumentar a produtividade e reduzir desperdícios.
Portanto, ao adotar sistemas de gestão integrados, a empresa aplica FIFO, FEFO e LIFO de forma mais eficiente, garantindo economia, segurança e conformidade com normas.
Exemplos práticos de empresas que utilizam FIFO, FEFO e LIFO
Os métodos FIFO, FEFO e LIFO estão presentes em diferentes setores e ajudam empresas a reduzir perdas, organizar o estoque e aumentar a eficiência.
Sendo assim, confira alguns exemplos de aplicação prática:
FIFO
Supermercados e indústrias alimentícias: usam o FIFO para garantir que laticínios, carnes e outros perecíveis sejam vendidos na ordem de chegada, preservando o frescor.
Farmacêuticas: aplicam o método para controlar lotes de medicamentos, evitando que produtos mais antigos vençam no estoque.
Logística e e-commerce: utilizam o FIFO para cosméticos e itens de higiene, assegurando qualidade e evitando desperdícios.
FEFO
Farmácias e lojas de suplementos: priorizam sempre os produtos com data de validade mais próxima, garantindo segurança ao consumidor.
Alimentos e bebidas: distribuidoras e supermercados adotam o FEFO para reduzir perdas e manter a qualidade dos itens perecíveis.
LIFO
Indústria de eletrônicos: aplica o LIFO para vender os modelos mais recentes, evitando obsolescência e alinhando-se à demanda.
Materiais de construção: setores como cimento e ferro usam o método para acompanhar variações de preço e manter competitividade.
Varejo de não perecíveis: lojas de roupas ou bens duráveis podem usar o LIFO em períodos de alta de preços para melhorar o fluxo de caixa.
FAQ – Perguntas frequentes sobre FIFO, FEFO e LIFO
FIFO e PEPS são a mesma coisa?
Sim. FIFO é a sigla em inglês (First In, First Out), e PEPS é a tradução para o português (Primeiro que entra, primeiro que sai).
Qual a diferença entre FIFO e FEFO?
O FIFO prioriza a ordem de entrada dos produtos, enquanto o FEFO considera a data de validade, independentemente da ordem de chegada.
O LIFO ainda é utilizado no Brasil?
Embora não seja aceito em normas contábeis internacionais, o LIFO ainda pode ser aplicado em operações internas, especialmente em produtos não perecíveis.
Conclusão: qual o melhor método para sua empresa?
Não existe um método único que sirva para todas as empresas. O ideal é avaliar:
O tipo de produto que você comercializa.
O nível de controle necessário.
As exigências legais e fiscais do setor.
Com o apoio da tecnologia certa, como o ERP WebMais, sua empresa pode aplicar FIFO, FEFO e LIFO de forma prática, reduzir perdas, melhorar a logística e garantir mais eficiência na gestão de estoque.
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Fundador da WebMais Sistemas, Sanon Matias Fortunato possui mais de 25 anos de experiência em diversas vertentes das tecnologias e gestão empresarial, com ênfase em Indústria e Distribuição.
Profundo conhecedor da área comercial, Funil de vendas, CRM, Indicadores, Mídias Pagas, SEO, Inbound Marketing, Adwords, FacebookAds, Rede Sociais, Sucesso de Cliente e Canais de Parcerias.